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Nicodemos Rocha
Comentário · há 9 anos
Resposta aos Preclaros e conspícuos internautas Ronaldo Guido e Maria Fernanda Figueiredo do Carmo e a outros que eventualmente argumentaram no mesmo diapasão:

Não posso garantir se o quadro pintado pela Dra. Rosana Pinheiro Machado foi extraído de um cenário real, fictício ou mesmo romanceado. Como também não posso obrigar ninguém a acreditar no meu testemunho. Este signatário vivenciou situações semelhantes em piores condições. Claro que, em outro momento histórico. E aquela exclusão social foi tão sintomática, a ponto de me levar a pensar que, desenhei e desenho aquele quadro com cores tão fúnebres que não guardavam e não guardam proporção com a realidade. Mas outros, como eu, do lado pobre do muro - egressos daquela época: final década de 50, começo da década de 60 - confirmam a existência da segregação. Mais ainda: um desses remanescentes de unhas encardidas, apoiado nos ensinamentos da socióloga Irene de Melo Carvalho chegou a classificar como estamentária a estrutura social vigente naquela pequena cidade do interior de São Paulo. Ou seja, o filho de torneiro mecânico pode até ser aceito como mecânico “melhorado”, porém, jamais poderia gozar dos privilégios de um engenheiro metalúrgico. Infelizmente, o sistema de “castas” ainda se faz sentir em muitas comunidades, claro que, com menor intensidade. Mas ainda é comum em reuniões sociais, onde proliferam os cronistas, ao ser apresentado a “alguém”, esse “alguém” lhe perguntar: “de que FAMÍLIA o senhor é???... Esse meu amigo que não autorizou a menção do seu nome, irreverente, irônico como ele só, e com uma pontinha” de sarcasmo invariavelmente responde a esse “alguém“: “sugiro que leia primeira página da minha monografia CAMINHOS À INTEGRAÇÃO DOS EXCLUÍDOS NAS SOCIEDADES DE CLASSE e lá encontrará minha árvore genealógica”. Digo-lhe sempre que a resposta é um tanto quanto grosseira e sempre ouço a mesma resposta: “muito mais grosseira é a pergunta, típica de uma aristocracia decadente que ainda não sabe como encontrar o seu lugar”. Calo-me invariavelmente. Finalizo com um voto de louvor à Maria Fernanda Figueiredo do Carmo pela sua frase: “Acho pobre desqualificar a autora do texto, sem tecer um argumento minimamente inteligente sobre o que foi lido“. Acertou na “mosca”. Exercitar o proselitismo, ainda que minimamente, abre-se perspectivas ao exame das idiossincarisais. E quando as contradições são fundamentadas de forma consistente, abre-se a possibilidade de nossos adversos tornarem-se em nossos melhores professores.
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Nicodemos Rocha
Comentário · há 9 anos
O cenário sócio/político/econômico brasileiro, "mutatis mutandis", comporta o quadro pintado pela ilustre Doutora. Atrevo-me a discordar da forma como a autora se posicionou defendendo o Estado em detrimento daqueles que estão do lado mais alto do muro. A Educação, nunca foi considerada prioridade no Brasil, independente da sigla partidária que esteja no poder. E isso desde a descoberta. Nossa educação está sucateada, apesar de ser a mais importante das instituições que pode alavancar o progresso. E tal descaso é vergonhoso e deve ser debitado à ineficiência do Estado. Essa deficiência educacional começa pecando pelas bases (primeiro e segundo grau) e atinge a todos indistintamente. Também os "branquelos" que estão do lado mais alto do muro são vítimas desse perverso sistema de ensino. Que dentre tantas outras consequências que provoca inclui-se aquela descrita pela preclara Doutora onde menciona: "(...) mas toda a violência estrutural gerada por este Estado é reproduzida por sujeitos covardes e apáticos que negam, estigmatizam e inviabilizam o Outro". Estou convicto que estes efeitos tem como causa subjacente imediata nossa educação de baixíssima qualidade. Elimina-se as causas que os efeitos não mais se repetirão. Com certa tranquilidade ouso pensar que a alteridade somente pode ser exercitada em ambientes forjados numa educação de qualidade (Nietzsche, Camus, Rousseau, Sartre, Levinnas). Quando muito, nosso funesto quadro educacional pode suportar que os desencontros ou contradições de ideias sejam examinadas à luz das idiossincrasias, aliás, tão próprias do "ente pensante". À parte desta minha ligeira discordância, gostei e muito do texto da Dra. Rosana Pinheiro Machado. Vivenciei essa realidade em condições bem piores. Mas dada essa minha tendência à prolixidade, nem me atrevo expô-la porque temo ser inconveniente. E também porque não me senti vítima daqueles que estavam do lado mais alto do muro . Encarava e ainda encaro como algoz nosso cruel sistema de ensino. Da saúde e tantas outras instituições da mesmo forma sucateadas, nem ouso pensar para não ficar de mau humor. Finalizando dou-lhe os parabéns Dra.
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